terça-feira, 24 de setembro de 2013

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Emo ou Gótico? Hemo ou Homosexual? Está aí, boa pergunta! Jornal Luxúria      “Ela me deixou... Ai como eu estou sofrendo... Ninguém me entende... Eu quero morrer... Meus amigos me odeiam... Eu sou um corno apaixonado... Ela me trai, mas eu a amo... Será que algum dia ela saberá que eu existo? Oi lindinha! Xabia que eu ti adoro?      Você é muito foooófis”. Atire a primeira pedra, para quem nunca ouviu essas frases por aí! Não raramente, frases como essas, são trocadas entre emos nas conversas de MSN (Programas de mensagens eletrônicas), páginas da internet ou em comunidades do site de relacionamento do Orkut. Assim como outras tribos de adolescentes, os emos possuem códigos específicos, principalmente na internet. E pensando em sempre bem informar nossos leitores, porque não falar de mais um assuntos polêmico como esse? Segundo a psicóloga Edyleine Belini, Emo significa (abreviação de emotional) e é um gênero de música derivado do hardcore. “O termo foi dado originalmente para as bandas de cenário punk de Washington-DC, que compunham num lirismo mais emotivo que o habitual”. A psicóloga explica que existem várias versões que tentam explicar a origem do termo “emo”, como a de um fã que teria gritado para uma banda, “You are Emo!” (Voceis são Emos!). Para uma banda, os mitos variam bastante quanto a a banda em questão, sendo provavelmente o Embrace ou o Rits of Spring. “No entanto, a versão mais aceita como real é a de que o nome foi criado por publicações alternativas como o fanzine Maximum RocknRoll e a revista de skate Thrasher para descrever a nova geração de bandas de “hardcore emotional” que aparecia nos anos 80, encabeçada por bandas da gravadora Dischord de Washington DC, como as já citadas Embrace e Rites of Spring, além de Gray Matter, Dag Nasty e Fire Party”.      É importante lembrar que nenhuma destas bandas jamais aceitou ou se auto-definiu através deste rótulo. A palavra “Emo” era vista como uma piada ou algo pejorativo e artificial”. A Psicóloga explica que não são poucas as diferenças em relação a emo e gótico. “Nossa viagem começa peladefinição lingüística desse termo. Gótico é um adjetivo derivado da palavra latina “gotticus” (século XIV).      Significa “aquilo que é relativo ou pertence aos Godos”. Essa por sua vez vem de “gothus”, uma antigo tribo germânica que entre o século III e V invadiu os impérios ocidentais e orientais da Europa, fundando reinos na Itália, França e Espanha. Então, como pode perceber o movimento gótico, firmou-se na arquitetura, na pintura e no romantismo. Há uma grande história por trás do movimento que hoje já foi quase esquecida pelas crianças que brincam de ser góticas. Um clássico da música Gothic é a banda Type O Negative.      Muito deprimente, porém com uma bagagem nas costas, chamada experiência, apesar dos poucos álbuns lançados em tanto tempo na estrada. Nas cidades, se você ver um gótico, se ele não estiver sozinho, estará com sua namorada, ou então com alguns poucos amigos. E sempre estarão “mais na deles”. A maquiagem é usada tanto pelas mulheres quanto pelos homens. Porém, não passa de um esmalte e um lápis no olho. Talvez, um corpse-pait. Já o Emo, que vem do estilo musical “emocore”, que é uma variação do hardcore, porém muito pior. “Eles não tem muita técnica e suas letras são algo no estilo: Além da maquiagem que eles usam um exagero, tanto meninos quanto meninas, suas roupas são mais coladinhas e de grife.          De preferência da mais cara. Além de piercings e da típica franjinha. Também há um desejo louco de firmar-se homossexual ou lésbica. Enfim, é um estilo musical que vem agradando muitos pré-adolescentes hoje em dia. Antes de se denominar Hemo, entendo que a pessoa é muito mais que denominação”. A Psicóloga diz sempre procurar compreender o porque está precisando se identificar como Hemo, contextualizando a sua história familiar a social: “Penso que esta pessoa está querendo demonstrar alguma reivindicação contra algo ou alguém, ou ainda contra o sistema de normas e valores vigentes. Vivemos em uma sociedade que valoriza o individualismo, ficando o sentir e o demonstrar sentimentos num plano tido como vergonhoso e de pessoas fracas e frágeis. A pessoa é cobrada pra ser sempre forte, ter auto-controle sobre tudo que sente.      Acho que este movimento Hemo vem resgatar e valorizar a demonstração dos sentimentos, a nossa fragilidade como pessoa e a possibilidade de viver lutos e frustrações. Fato este tão comum entre seres humanos. Não há um ser humano sequer que só viva de vitórias, acertos, racionalidade o tempo todo. Todos temos forças e fraquezas. E a mensagem que recebemos é a de que só podemos demonstrar as forças e esconder as fraquezas. Acho que sofrem preconceito porque a sociedade não aceita que alguém possa demonstrar tão abertamente o baixo astral, e viver intensamente as frustrações. Isto é ridicularizado”. De acordo com Edyleine, a sociedade prega o sucesso, o alto astral e a racionalidade como índices de pessoas bem sucedidas e felizes..      “Acredito que este movimento está chegando para trazer uma mudança em relação á esse sistema de valores. Não é possível um ser humano viver só o sucesso, a razão e ser otimista tempo todo.      Vivemos também o outro lado da moeda, o que é perfeitamente normal e esperado. Os Emos querem demonstrar e atestar que o fracasso e a decepção também existem e que é possível ficar na fossa sim por um amor não correspondido, ou ainda, se emocionar e sentir profundamente tocado com uma música ou com um poema. Sabemos que por mais que a sociedade valorize os fortes e aqueles que não se deixam abater por nada, todos, indistintamente, choram às escondidas pelos cantos ou nos quartos escuros diante dos fracassos e frustrações. Quanto á homossexualidade, esta não pertence somente aos Emos, pois essa opção sexual faz parte de várias outras pessoas que não são Emos.      “Que realmente as pessoas se permitam viver os sentimentos mais depressivos, as perdas e as frustrações, mas que também não esqueçam que assim como temos nossas tristezas, temos muitas alegrias, e que tudo que é vivido unilateralmente não é bom”. A especialista diz, que o importante é sempre buscar o equilíbrio, lembrando que entre o 8 e o 80 existem 72 possibilidades. “Não é bom ser radical e extremista, temos que viver, sentir e expressar todos os positivos e negativos. Só assim seremos mais integrados e completos, e portanto, mais felizes. As pessoas antes de serem preconceituosas precisam saber que toda atitude manifesta tem uma explicação subjacente que justifica o comportamento de alguém.      Tudo o quem é diferente gera reação de discriminação porque as pessoas desconsideram este fato. Quando as pessoas começarem a refletir que qualquer comportamento, ou ainda, que qualquer sistema de valores tem um sentido para aqueles que deles se apropriam, viveremos numa sociedade mais harmônica, menos preconceituosa e mais preparada para lidar com as diferenças e com as mudanças, tão necessárias para a vida de todos nós, seres humanos”, finalizou.      Para o Radialista e Emo assumido, Edson de Souza Ferreira Junior, popularmente conhecido como Speed, assumir sua opção de ser, de se vestir, de ser seu próprio movimento e estilo de vida e visual, não é nada fácil perante uma sociedade machista, hipócrita e muito conservadora como a Cidade de São Roque: “Sofro muitos preconceitos , principalmente ao andar pelas ruas, as pessoas apontam para a minha pessoa e ficam fofocando, mas já aprendi a viver com esse tipo de preconceito. Odeio que fiquem rotulando as pessoas antes de conhecê-la, e muitas vezes essas, me perguntam se sou homossexual.      Isso me ofende muito e não gosto, mas aprendi a conviver. Aos preconceituosos digo, que esses devem olhar mais para a vida deles, cada um com o seu estilo de ser e vestir, não somos objetos ou estamos em prateleiras para sermos vendidos. Se sou Emo ou deixo de ser, a vida é minha e dela modéstia a parte, cuido muito bem, finalizou Speed.

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